Big Brother Brasil:''Coloridos'' têm ''missão'' social ou são chamarizes de audiência?

Por Talita Maria

RIO DE JANEIRO - Não sejamos hipócritas: o diferente sempre rende atenção. No caso da televisão, rende pontos no Ibope. Infelizmente - e friso o infelizmente -, a sociedade brasileira ainda classifica homossexuais como "diferentes". Apesar de tudo que já caminhamos, o país ainda precisa lutar muito mais para se declarar um país livre.

Com este panorama, J. B. de Oliveira, mais conhecido como Boninho, diretor do "Big Brother Brasil 10", chutou a barreira do preconceito e escolheu três gays assumidos para participarem na atual edição do reality show da Globo. Fica a questão: seria um marco na história da televisão, como foi quando Jean venceu o programa, se Angélica, Sérgio ou Dicesar ganhassem o prêmio final? Talvez.

Segundo o jornalista Gustavo Miranda, "os gays continuarão sendo motivo de chacota, levando surra nas ruas, sendo deixados de lado nos direitos civis mais básicos". Será mesmo? Ou um dos três, caso vença, será o responsável por quebrar o preconceito que ainda existe e faz questão de separar essa classe da sociedade?

Esta edição já foi definida como diversificada, democrática, abusada, “gliterizada” e, claro, colorida. Cada um a sua maneira, os participantes da tribo dos "Coloridos" estão ganhando seu espaço na casa do reality show. Há quem afirme que em todas as outras edições tinha pelo menos um homossexual na casa. Até o momento, o público teve conhecimento apenas de Jean Willis, vencedor do “BBB 5”, e Marcelo, do “BBB 8”.

Mas, como dito acima, o público do “BBB” não é formado apenas por jovens cabeça-aberta ou pessoas que respeitam a opção sexual de cada um. As opiniões, principalmente em relação à cor e opção sexual, ainda são divergentes e até pesadas. E como o programa é um dos mais vistos no país, qual será a chance de Dicesar, Serginho ou Angélica ganharem a edição?

Para montar um panorama e ampliar a discussão, conversamos Fani Pacheco, madrinha da tribo do "Coloridos" no início do jogo, e Thalita Lippi, ex-sister que acompanha o programa 24 horas – e faz comentários ótimos no Twitter – e também defende a liberdade de opção sexual. Gustavo Miranda, editor do blog Bota Dentro, também esquenta a conversa. Confira nas próximas páginas.